“Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra”
- Mandaracu Online
- 22 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
Essa frase é do negro que foi o primeiro artista de país “de terceiro mundo” a vender milhões de discos ao redor do mundo: Bob Marley. Mesmo desejando a paz em suas letras, o jamaicano nunca deixou de perceber uma das maiores marcas ruins da história contemporânea: o racismo.
Ao longo desse texto, você pode conferir vários nomes da música.
A segregação entre raças revelou um lado ruim do ser humano, baseado em teorias de eugenia (teoria que busca uma seleção de raças a fim de produzir um “super-humano”) e distinção entre “raças”. Casos como o arianismo propagado pelo nazismo de Hitler, o apartheid sul-africano e distinção entre uso de objetos, veículos e lugares de acordo com a da pele nos Estados Unidos em meados do século XX fizeram com que ainda mais restassem traços de preconceito na sociedade atual.
Com isso, houve o lado positivo: a luta por direitos, espaços e respeito. Diante de situações negativas, existe a luta!
Grandes nomes podem ser citados, mas é tarefa quase impossível listar todos os que se colocaram de pé ante a opressão e mudaram a sua realidade e a história de luta dos negros.
Nos EUA, Harriet Tubman teve grande participação na Guerra Civil Americana; Martin Luther King, tendo um “sonho” em que homens de todas as cores de pele vivessem iguais, numa luta pela desobediência ao preconceito iniciada por Rosa Parks. No continente africano Mandela virou uma voz contra os preconceitos e distinções e de superação contra toda a repressão que sofreu.
Parâmetros de afirmações de cor são mudados até por instituições oficiais, mas o tratamento deve ser o mesmo, dando a oportunidade para quem mais sofre com a negligência histórica do Estado brasileiro.
Não só de Jesse Owens (quem enfrentou os nazistas em plenas Olimpíadas de Berlim em 1936) vive a luta pelos negros, ela também é feita sem tanto reconhecimento, inclusive de dentro do seu próprio país.
Grandes personalidades são esquecidas e tiveram sua importância no Brasil:
Juliano Moreira, fundador da disciplina psiquiátrica no País;
Tereza de Benguela, líder quilombola (tão importante quanto Zumbi e Dandara dos Palmares) no interior do Mato Grosso;
Ernesto Carneiro, médico e gramático pioneiro, revisor de legislações importantes do País e estudioso da gramática da nossa língua.
Os escritores têm um destaque à parte – cada um com sua contribuição específica, dando um tijolo para essa obra de igualdade que ainda continua a ser feita no Brasil:
Carolina de Jesus, a 1ª escritora negra oriunda de favela a ter seus livros publicados;
José do Patrocínio, abolicionista e republicano em pleno Império;
Antonieta de Barros, pioneira militante da valorização do magistério, contra o preconceito e veiculando ideias feministas através de suas crônicas;
Luís Gama, poeta e batalhador – feito escravo e analfabeto, lutou judicialmente pela sua liberdade e dos outros durante a escravidão brasileira;
Lima Barreto, que por meio de suas obras desabafou suas angústias e dificuldades pessoais como negro;
Machado de Assis, o maior nome da literatura nacional, com sentimentos e percepções, além da realidade nua e crua.
De nada adianta da maioria se declarar preta ou parda no Brasil, se ainda há discriminação! A luta por direitos iguais há de ser constante!
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