Programa de Combate à Seca sofrerá blackout no Sertão de Pernambuco e parte da Bahia

Os motoristas de carros pipa, principais responsáveis pelo abastecimento de água das cisternas no sertão nordestino afirmam que em reunião com autoridades militares responsáveis por gerenciar a Operação Pipa ficou claro que as entregas de água nos pontos de abastecimento será paralisado por falta de verba.

Os pipeiros responsáveis pela entrega da água do Programa de Combate à seca do Governo Federal estão mobilizados a anos onde reivindicam mudanças nos valores pagos, mudança do Sistema de Rastreamento e pagamento dos valores atrasados que chegam à mais de noventa dias.

No dia 18 de janeiro houve em Petrolina uma grande manifestação dos pipeiros em frente ao 72º Batalhão de Infantaria Motorizado com a presença de mais de 200 manifestantes bloqueando parte da avenida que passa em frente ao quartel.

Também ocorreram bloqueios de mananciais como o de Ibó, próximo à cidade de Cabrobó no Sertão de Pernambuco, em sinal de insatisfação com a atual situação que passam os pipeiros.

Os motoristas reclamam que além dos valores defasados os motoristas aguardam ansiosamente pelos valores devidos, pois muitos queixam-se de não receberem há mais de noventa dias. Os pipeiros são obrigados a tirar o dinheiro do bolso para financiar todo o Programa, ou acabam se endividando com Postos de Combustíveis e Casas de peças para manter seu caminhão rodando, o que já passou do limite em que eles poderiam suportar financeiramente o Programa.

Durante a manifestação o Comando do Batalhão recebeu um grupo de pipeiros das cidades da Bahia (Pilão Arcado-BA, Remanso-BA, Sento Sé-BA, Juazeiro-BA), quanto de Pernambuco (Belém do São Francisco-PE, Carnaubeira da Penha-PE, Floresta-PE, Itacuruba-PE, Cabrobó-PE, Exu-PE, Campo Alegre-PE, Santa Maria da Boa Vista-PE, Lagoa Grande-PE, Araripina-PE, Parnamirim-PE, Salgueiro-PE e Trindade-PE).

Veja a reportagem da GRTV.

Na reunião com os pipeiros o Comando do Batalhão falou que as verbas que foram disponibilizadas pelo Ministério da Integração Nacional do final de 2017 foram utilizadas para pagar um terço dos pipeiros e o restante foi recolhido na virada do ano fiscal pelo Governo Federal. No momento eles estão aguardando a remessa de mais crédito para poder saldar os dois terços dos pipeiros que ficaram sem receber os valores devidos e somente depois deste pagamento iniciarão a contratação da nova etapa do Programa de Combate à Seca.

Os pipeiros afirmam que ficou entendido que o Programa de abastecimento do Governo Federal somente continuará até o final de janeiro com as carradas que já estão contratadas e sendo entregues, e que todo o programa na área que é administrada por Petrolina, que abrange parte de Pernambuco e Bahia, sofrerá uma paralisação até que sejam pagos todos os valores devidos e contratadas novas entregas. Eles acreditam que a população que viva nos recantos mais secos de nosso nordeste é que mais sofrerão com esse problema, pois os pipeiros tem consciência do papel primordial que eles possuem na vida das pessoas e eles não desejariam prejudicar a ninguém, porém não há como trabalhar desta maneira e muito menos possuem recursos próprios para estar mantendo o Programa de Combate à Seca.

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