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Exposição “O Sertão vai virar mar” leva público às raízes da cultura pernambucana

  • Foto do escritor: Mandaracu Online
    Mandaracu Online
  • 28 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura

A experiência sensorial montada no espaço cultural SinsPire está em exposição desde o dia 22 e segue aberto ao público até 31 de março e conta com mostra fotográfica e cenários construídos a partir da experiência vivida pelas artistas responsáveis pelo projeto que exalta o patrimônio imaterial do Estado de Pernambuco. Para apreciar a exposição basta visitar o Espaço SinsPire Cultural | Praça do Arsenal – Rua da Guia, 234 – Bairro do Recife, das 10 às 19 hs.


Foto: Patrícia Xavier e Patrícia Patriota (crédito: Getúlio Nascimento)

O projeto “O Sertão vai virar mar” foi desenvolvido a partir da realização de um percurso margeando o Rio São Francisco, somando uma distância de 10.000 km pela Fotografa Patrícia Patriota e a Sustentabilista Patrícia Xavier. Durante o transcurso que foi realizado por sete vezes a população local pode se habituar com a presença das artistas auxiliando na captura das imagens do cotidiano sertanejo de um modo mais natural.


Foto: Vestimenta sertaneja (crédito: Getúlio Nascimento)

Patrícia Patriota tinha o sonho de publicar um livro contando as histórias desde a seca do sertão até o litoral fazendo o registro das experiências vividas, porém no caminho ela e Patrícia Xavier, que possuí conhecimento e prática na área de sustentabilidade, conseguiram transformar o que seria um composto de páginas de papel em uma mostra viva das experiências de vida do povo símbolo das raízes culturais pernambucanas.


Foto: História do projeto em formato de cordel (crédito: Getúlio Nascimento)

As captações das imagens foram realizadas com a utilização da lente de um celular por Patrícia Patriota que já ganhou um prêmio em 2016 no Festival Brasília Photoshow com este tipo de instrumento, tendo inclusive sua foto escolhida para a capa do referido evento. Patrícia falou que tanto uma câmera profissional como amadora tem a capacidade de captar a imagem e transmitir os sentimentos e emoções que o artista teve a sensibilidade de sentir e isso que importa.


Foto: Maracatu (crédito: Getúlio Nascimento)

Elas, em sua viagem, perceberam que as cidades da zona da mata e litorânea possuem um reflexo da cultura do sertão nordestino onde hábitos, costumes, músicas, credos, rituais, gastronomia e outros são práticas exportadas do semiárido para os grandes centros urbanos, levadas de diversas maneiras e mantida pela população como um culto aos traços característicos de sua região e viram também como a água é importante para o espectro da vida cultural nordestina.


Foto: Percurso do projeto (crédito: Getúlio Nascimento)

Patrícia Xavier disse ainda que Pernambuco é o Estado que mais sofre com as mudanças climáticas, impondo ao povo do semiárido, que mais sofre pela falta de água, o êxodo migratório para regiões com mais acesso a este liquido importante e melhores condições para viver.


Foto: Cultos religiosos (crédito: Getúlio Nascimento)

Dentro dos objetivos originalmente elencados pelas artistas com metas nas áreas social, ambiental e econômica descobriram que havia muito mais a ser mostrado como uma forte característica religiosa e uma cultura predominante.


Foto: Cadeira de papelão (Getúlio Nascimento)

As Patrícias ainda conseguiram perceber mudanças de hábitos decorrentes da transposição do Rio São Francisco com impactos ambientais importantes pois algumas economias colaborativas deram vestígios de um início degenerativo com a desconstrução de práticas seculares importantes no respeito ao meio onde se vive.


Foto: Mostra do filme curta metragem (crédito: Getúlio Nascimento)

Durante a realização do projeto elas sentiram como principal dificuldade conseguir encontrar os locais que mais expressavam a alma característica daquela comunidade e que tivesse o ambiente propício para a captura das sensações culturais e ambientais daquele grupo. O desconhecimento destes lugares provavelmente provem da falta de incentivo ao compartilhamento das práticas culturais e divulgação das histórias locais, deixando de enriquecer a cidadania daquelas pequenas sociedades com suas próprias experiências de vida.

Há a pretensão de levar a exposição à outros lugares para divulgar o reflexo cultural de Pernambuco e dentre as opções há as cidades que auxiliaram na construção da mostra sensorial e também Brasília, com o objetivo de levar as raízes da construção cultural de nosso país ao centro do poder.

Além da experiência exposta no espaço SinsPire a dupla de artistas também firmaram várias parcerias com cunho voltado para a responsabilidade ambiental, como o transporte de alunos realizados pelas Prefeituras das cidades visitadas no trajeto do projeto para o local da mostra em Recife assim como a doação de mudas de árvores nativas a serem plantadas em locais em que possam ser cuidadas de forma responsável. O público da exposição tem o privilégio de além de se sentir transportado para as regiões visitadas verificar a responsabilidade com o meio ambiente pelos vários objetos que foram reciclados de forma sustentável como as cadeiras utilizadas pelos expectadores durante a exibição do filme de curta metragem do Projeto.

Patrícia Patriota e Patrícia Xavier estão muito felizes com os resultados preliminares da exposição e acreditam que as expectativas inicialmente esperadas foram em muito superadas em decorrência dos eixos que ligaram os temas e que a experiência da imagem mais o material exposto remeteu o público a reagirem sensorialmente e refletirem sobre os locais visitados.

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