Paralisação dos caminhoneiros entra no 7ª dia após aumentos desenfreados dos combustíveis e aguardam
- Mandaracu Online
- 27 de mai. de 2018
- 3 min de leitura
Após anos de aumento dos preços dos combustíveis caminhoneiros sofrem com o estrangulamento de sua renda que acaba corroída no valor tabelado e sem reajuste há algum tempo. Estes últimos aumentos diários consecutivos no preço do diesel foram a gota que faltava para explodir a insatisfação geral dos trabalhadores que transportam as mercadorias de nosso país, levando a paralisarem todas as suas atividades até que suas pautas de reivindicações sejam atendidas pelos governantes.

Há uma semana iniciava-se uma manifestação dos caminhoneiros no país inteiro reivindicando que fossem baixados os preços dos combustíveis alterando inclusive as regras de reajuste em curso atualmente e revisão na taxa cobrada nos pedágios por eixo quando estes estiverem suspensos.
Os caminhoneiros sofrem há anos com a degradação de sua renda com aumentos dos combustíveis, pois os valores dos fretes cobrados levam tempos para sofrerem reajuste, e nem sempre consideram a inflação que insuflou boa parte dos custos bancados para a realização dos transportes. Em 2015 o valor do litro do diesel estava próximo a R$ 2,25 e há poucos dias estava sendo comercializado na região metropolitana de Recife-PE por R$ 3,69. Somente neste cálculo chega-se ao percentual de 64% de aumento, sem que tenha havido algum reflexo no valor tabelado do frete que é regulado pelo Governo Federal.

Esta corrosão já é pauta de matéria do Mandacaru Online há anos, divulgando a justa reivindicação dos motoristas de caminhão pipa que trabalham levando água no sertão para as comunidades que possuem nenhum acesso à qualquer tipo de fonte d'água. Estes profissionais estão representados na paralisação atual em curso dos caminhoneiros em nosso país, pois o seu sofrimento é reflexo de uma política excludente que impõem aos autônomos uma vida mais dura. As empresas de transporte pelo seu tamanho e frotas disponíveis conseguem uma margem de renda muito melhor que os motoristas de caminhões autônomos, os quais acabam geralmente sendo colocados de lado nas mesas de negociação.
Tanto é que o acordo realizado com o Governo Federal não continha nenhuma representação dos motoristas autônomos, reflexo de como estes profissionais são tratados perante Órgãos governamentais sendo menorizados em frente às grandes corporações.
Graças à doações da própria população, que está ao lado dos caminhoneiros, eles estão conseguindo vários mantimentos e refeições para poder permanecerem na manifestação, pois muitos são os obstáculos que aparecem, más os motoristas não se deixam desanimar e estão certos que serão ouvidos. Muitos fiéis como da Igreja Católica também procuram apoiar com doações os caminhoneiros, levando alento à estes manifestantes.
Após uma semana os caminhoneiros seguem firme em sua manifestação. No acesso ao Porto de Suape, em Recife-PE, os manifestantes afirmam que somente sairão após os representantes públicos aceitarem a pauta de reivindicação. Eles demonstraram muito interesse em voltar à normalidade, porém estão em uma situação tão ruim que não há como desistir da luta engajada pelos mesmos.

Os manifestantes demonstraram muito respeito à lei e estão deixando passar todos os veículos autorizados judicialmente e os que estavam escoltados pelo Exército Brasileiro, e estão fiscalizando para evitar que aproveitadores não utilizem o momento para conseguir lucros em cima do povo.

Eles esperam que hoje, onde ocorrerá uma reunião de representantes dos caminhoneiros com o Governo, seja dada uma solução para o problema e que toda a população possa voltar à normalidade e que os motoristas possam ter uma renda justa e digna.
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