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Trabalho em conjunto e com respeito à natureza propicia a melhoria para todos no Assentamento Flor d

  • Foto do escritor: Mandaracu Online
    Mandaracu Online
  • 28 de nov. de 2018
  • 3 min de leitura

Para entender melhor como a força em conjunto pode melhorar a situação coletiva de uma comunidade, fomos até Messias, Zona da Mata de Alagoas. O Assentamento Flor do Bosque é localizado na antiga fazenda Bititinga, possuindo 350 hectares de extensão e 35 famílias morando no local. Existem no Assentamento aproximadamente 70 hectares de reserva ambiental.


Foto: Entrada do Assentamento Flor do Bosque (Crédito: Joel)

Em 2018, celebrou-se 20 anos de conquista na fazenda Flor do Bosque, ocupada em 27 de novembro de 1998. A propriedade foi destinada aos sem-terra 8 anos depois, onde era somente roça.

Algumas ações realizadas na comunidade têm como principal objetivo influenciar positivamente os moradores para diversificar suas atividades, garantindo não só a qualidade de vida e a geração de renda, mas também uma política de desenvolvimento na agricultura. De acordo com os moradores, esse tipo política tem a sua função social, pois a agricultura por si só dificilmente se levanta, precisa ter subsídio.

A organização e participação coletiva para a melhoria em conjunto da comunidade de forma sustentável pela agricultura fez com que a situação dessas famílias mudasse bastante. Melhorou bastante a qualidade de vida; os moradores têm as suas casas próprias e as pessoas passaram e ser alimentar três vezes ao dia.

A intenção para o futuro dos assentados é que depois sejam plantadas espécies nativas em locais abertos, a área seja cercada e seja desenvolvido um projeto de reflorestamento.

Flor do Bosque também é símbolo de alguns personagens que moram e se mostram com orgulho e gratidão onde vivem, como:

  • Maria Cavalcanti, conhecida como Maria do Bosque, é técnica agrícola. Ela mostra suas conquistas realizadas com luta em suas terras. É uma pessoa guerreira, que conseguiu organizar e tratar suas terras para produção de alimentos principalmente naturais, cultivando em conjunto com plantas nativas. Maria também faz doces e refrigerantes naturais, que são comercializados em feiras pelo Estado de Alagoas. Além de suas atividades na agricultura, ela usa parte de seu tempo de folga para dar aulas de alfabetização à noite, contribuindo de maneira espontânea para a comunidade Flor do Bosque.


Foto: Maria do Bosque (Crédito: Joel)


Foto: Bananas usadas por Maria para fazer doces (Crédito: Joel)

  • José Cicero dos Santos, conhecido como Cicero, tornou sua área agrícola em um grande sitio (Sitio Floresta) com produção e comercialização de diversos produtos naturais. Hoje em dia possui uma grande produção de abacaxi, que comercializa nas cidades do estado de Alagoas. Além disso, Cícero realiza um projeto de plantação de uva inovador em conjunto com o professor Ronaldo Zanella da escola Colônia Leopoldina, que faz trabalhos comunitários.


Foto: Cícero do Sítio Floresta (Crédito: Joel)


Foto: Uva plantada na terra de Cícero (Crédito: Joel)

Apesar dessa história de melhora de vida através do desenvolvimento coletivo de atividades sustentáveis e que zelam por preservar a natureza, existem carências e ameaças no Flor do Bosque.

Algumas ausências na comunidade são: uma área de lazer para as crianças, praças, um posto de saúde, uma casa de polpa, uma casa de farinha coletiva, um centro comunitário e fornecimento de água e luz de melhor qualidade.

Há também projetos para transformar em um centro de referência para ensinar os assentados a produzir uma produção diversificada com horta, frutas (acerola, graviola, mamão e abacaxi) e criação de animais, mas falta condições a serem propiciadas pelo Poder Público.

Outro problema presente é que os assentados atualmente se sentem ameaçados com a presença de pessoas das redondezas que entram nas matas para tirar madeira e utilizar na confecção de casas, lenha e até para fazer gaiolas. Dentre as plantas nativas identificadas pelos agricultores estão: ingá, palmeira, sabacuím, cupiúba, imbaúba, visgueiro, dendê, favinha, louro, murici, sucupira, banana-de-papagaio, ibiriba, quiri e sapucaia.

No Assentamento Flor do Bosque geralmente comparecem alguns técnicos do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-AL) e policiais do Batalhão de Polícia Ambiental para vistoriar a área de preservação ambiental e autuar os flagrantes por parte de invasores.

Apesar do que falta e do perigo que ronda ao seu redor, o Assentamento Flor do Bosque é um ótimo exemplo de que a propriedade rural, quando bem destinada a quem quer trabalhar bem, em conjunto e em harmonia com a natureza, pode render bons frutos e melhores condições de vida.

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