Agrotóxicos chegam às bacias de abastecimento público
- Mandaracu Online
- 22 de mai. de 2019
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A combinação entre o uso intensivo de agrotóxicos em culturas agrícolas e a escassa cobertura vegetal de matas ciliares próximo a bacias de abastecimento público tem favorecido o escoamento de agrotóxicos para mananciais e pode contaminar a água, diz a geógrafa Denise Barbosa da Veiga, autora da pesquisa “O impacto do uso do solo na contaminação por agrotóxicos das águas superficiais de abastecimento público”.

Em 2015, Denise monitorou duas bacias de abastecimento público em municípios paulistas onde há cultivo de cana-de-açúcar e de verduras e legumes. O monitoramento, informa, “apontou a presença de até seis agrotóxicos diferentes em ambos os mananciais ao longo do ano monitorado, as amostras foram coletadas em água bruta (anterior ao tratamento para consumo humano), e todas as ocorrências estiveram abaixo dos padrões estipulados pela Portaria de Potabilidade da Água quando da água tratada”. Apesar da água analisada não estar contamina por agrotóxicos, Denise menciona que “a pesquisa apontou áreas com maior escoamento superficial e ausência ou deficiência das Áreas de Proteção Permanente ao longo dos mananciais”. A falta de matas ciliares no entorno das bacias, explica, contribui para o escoamento de agrotóxicos para os rios. “As matas ciliares funcionam como filtros que retêm parte dos poluentes utilizados pelas atividades antrópicas, de modo que a preservação ambiental é de extrema importância para a proteção dos mananciais”, diz.
Na entrevista concedida por e-mail para a IHU On-Line, a pesquisadora afirma que “a melhor medida para evitar a contaminação da água por agrotóxicos é a redução ou a eliminação do seu uso em bacias que apresentem mananciais destinados ao abastecimento público, incentivando modos de produção mais seguros e sustentáveis”.
Republicado do site Ecodebate e IHU On-line, parceira editorial da revista eletrônica EcoDebate na socialização da informação.
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